O tão terrível adeus

No meio do nada, de uma hora para outra a morte vem ao seu encontro, já parou para pensar em todas as coisas pendentes que são deixadas para trás?

Os vários planos que você fez para mais tarde, aquela viagem que você planejava há anos e que finalmente conseguiria fazer, a comida que você pediria pelo delivery assim que chegasse em casa, ou aquele fim de semana perfeito com sua família, foram deixados para trás, sem dó nem piedade, sem muito ter que resmungar. Lembra daquela caixa guardada a sete chaves no fundo do armário para que ninguém visse? E o próprio armário, totalmente arrumado, cor por cor?

E logo você que dizia que não precisava de ajuda para nada, que a vida era sua e faria o que bem queria e entendia dela, está deitado, estampado em um caixão sem nada poder fazer, o fim da vida para você chegou, o seu relógio enfim parou. Você demorou tantos anos tentando colocar a vida no eixo, guardando dinheiro no banco, ou no cofre para caso de alguma emergência, para quê?

Você esqueceu da promessa que fez quando criança de que não viveria enfiado no escritório trabalhando 24 h, pois odiava quando seus pais faziam isso e agora aí está você, fazendo exatamente igual, já não lembra o significado de Carpe Diem, você não aproveitou direito aquele passeio no parque enquanto podia porque lá estava você de novo, trabalhando esforçadamente para que tão rápido o estresse lhe tomasse e sem que você menos percebesse, o fim da sua vida estava próximo.

A morte, ah, a morte! Ela não quer saber das coisas que você tinha para fazer, dos familiares que você não visitava há anos, dos tantos lugares que você ainda viajou ou das tantas comidas que você queria saborear, ela não se importa com religião, raça, sexo, dinheiro, apenas te leva, sem mais nem menos, sem “só mais um pouco, aqui está bom”, quando chega sua hora de partir, todo o resto é insignificante. 

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